Quais as principais alterações nos dentes incisivos dos cavalos?

Algumas alterações nos dentes incisivos são congênitas e podem provocar dificuldade na alimentação dos cavalos

Dentes do cavalo - imagem ilustrativa

Luiz Fernando Pimentel, professor do Curso CPT Odontologia Equina: Diagnóstico e Intervenções em Odontopatias Congênitas e Adquiridas, destaca que a odontologia equina é uma das mais requisitadas na equinocultura, uma vez que cuidar bem dos dentes dos animais também contribui para que os cavalos apresentem boa saúde.

O velho ditado de que “Cavalo dado não se olha os dentes” ajuda a mostrar a importância deles para os animais. Além de servirem para ajudar a determinar a idade dos equinos, também podem ser responsáveis por provocar doenças ou outros prejuízos que prejudiquem a produtividade dos cavalos.

Já que cuidar da saúde bucal deles significa cuidar também do bem-estar dos equinos, seria lógico afirmar que todos os animais recebem atenção quanto aos dentes. No entanto, muitos criadores negligenciam esse cuidado – que deve ser iniciado assim que os cavalos nascem, favorecendo o surgimento de doenças dentárias.

Problemas com os dentes incisivos

Alterações congênitas são capazes de afetar os dentes incisivos, o que torna ainda mais explícita a necessidade de se cuidar dos dentes desde o nascimento do potro. Essas alterações afetam, a princípio, a amamentação, mas vão evoluindo e atrapalham a alimentação dos cavalos, o que pode torná-los mais suscetíveis à ocorrência de problemas digestivos.

Há três principais alterações, explicadas a seguir:

- Prognatismo

O prognatismo ocorre quando há projeção dos dentes inferiores sobre os superiores, isto é, quando os dentes inferiores ficam mais à frente dos superiores. Não é uma alteração comum entre os equinos e algumas raças estão mais sujeitas do que outras, a exemplo dos pôneis e dos miniequinos.

Como a mandíbula é maior do que a pré-maxila no prognatismo, quando essa alteração ocorre, outras alterações secundárias também podem aparecer, como o gancho rostral bilateral no 2º pré-molar mandibular e o gancho caudal bilateral nos últimos molares maxilares.

- Bragnatismo

De forma contrária ao prognatismo, o bragnatismo ocorre quando há um encurtamento patológico da mandíbula em relação à maxila, fazendo com que os incisivos maxilares estejam posicionados à frente dos incisivos. Da mesma forma que a alteração anterior, não é comum, mas nota-se que algumas raças podem apresentá-la mais facilmente, como a Quarto de Milha e a Appalosa.

Cavalos que apresentam qualquer uma das duas projeções dentais encontram dificuldade sobretudo para alimentação a pasto, pois não conseguem apreender o capim em pastos muito baixos e mastigam a comida de forma ineficiente

- Curvatura dos incisivos

Quando há curvatura dos dentes, pode haver também a má oclusão dos incisivos. Isso ocorre a partir do desenvolvimento mais acentuado dos inferiores laterais em relação aos superiores, denominada e curvatura ventral; e a partir do desenvolvimento contrário, que recebe o nome de curvatura dorsal.

O animal pode apresentar, ainda, a curvatura diagonal, evidenciando os distúrbios de oclusão, que prejudicam principalmente a eficiência mastigatória dos dentes molares e pré-molares, o que leva os cavalos a mastigarem o alimento de um lado só, haja vista que a mastigação no outro lado é desconfortável.

Tratamento de alterações congênitas

Para identificar a presença desses problemas, o veterinário precisa examinar o animal. Para o tornar o tratamento mais fácil, é vantajoso que o diagnóstico seja feito o mais cedo possível. Somente o veterinário capacitado conseguirá realizar o melhor e mais eficiente tratamento odontológico.

 


Conheça os Cursos CPT da Área Criação de Cavalos:

Odontologia Equina: Diagnóstico e Intervenções em Odontopatias Congênitas e Adquiridas
Odontologia Equina a Campo
Doenças de Equinos

Fonte: Revista Veterinária – revistaveterinaria.com.br
por Renato Rodrigues

Renato Rodrigues 20-09-2021

Deixe um Comentário

Comentários

Não há comentários para esta matéria.