O que é o herpes vírus equino e qual doença ele causa?

O herpes vírus equino apresenta duas variações que causam uma doença que afeta o trato respiratório e o sistema neurológico dos cavalos

Veterinário e animal - imagem ilustrativa

Thauan Carraro de Barros, um dos professores do Curso CPT Capacitação de Auxiliar Veterinário – Equinos e Bovinos, destaca que a preocupação com a saúde dos animais deve ser constante em todas as criações, pois há diversas doenças que podem atacar e prejudicar a produtividade dos cavalos.

Recentemente, diversos equinocultores têm se preocupado com o Herpes Vírus Equino, que provoca uma epidemia em alguns países da Europa e que provoca problemas respiratórios e neurológicos nos cavalos. A doença causada pelo herpes vírus equino também é conhecida como rinopneumonite.

A propagação da doença é rápida e muitos animais vêm morrendo em decorrência dela. Ainda que medidas de biossegurança tenham sido adotadas, a doença conseguiu se espalhar e afetar um número considerável de equinos em pouco tempo. Para que se tenha uma noção da transmissibilidade da doença, vários eventos organizados pela FEI – Federação Equestre Internacional – foram cancelados e os animais forma proibidos de entrarem ou saírem dos locais onde a ocorrência da rinopneumonite foi confirmada.

A seguir, apresentamos a doença de forma detalhada:

Os Herpes Vírus Equinos

São dois os principais vírus causadores da rinopneumonite equina: o herpes vírus equino tipo 1 (EVH-1) e o herpes vírus equino tipo 4 (EVH-4). Apesar de a doença ser perigosa para os cavalos, ela não é uma zoonose e não pode ser transmitida para os humanos.

Entretanto, o homem pode ser um vetor da doença e pode contaminar água e alimentos que os animais consomem. Além disso, a transmissão ocorre por inalação doa aerossóis provenientes de secreções produzidas por animais que já se encontram em um estágio mais avançado da doença. Ainda, objetos, materiais de montaria e outros itens podem carregar os vírus e contaminar os cavalos.

Ciclo de vida dos herpes vírus equinos

São 4 as principais etapas do ciclo de vida dos vírus causadores da rinopneumonite equina:

- O vírus, latente no organismo dos cavalos doentes, se reativa;
- Depois, ocorre liberação via nasal dos mesmos;
- Outros cavalos são infectados;
- Novos hospedeiros são “selecionados”, como o próprio ambiente onde os animais vivem, objetos utilizados na lida, pessoas que lidam com os animais.

Sinais clínicos da doença

Como mencionado, os animais doentes apresentam problemas respiratórios e, futuramente, neurológicos. Quando infectados, os cavalos podem manifestar alguns sinais respiratórios, além de febre, inapetência, depressão, descargas nasais, abortamento (no caso de éguas prenhes) ou até doença neurológica paralisante. O período de incubação do vírus e manifestação dos sinais clínicos é de aproximadamente 8 dias após a infecção.

Apesar de causar sérios danos à saúde dos cavalos, a rinopneumonite não é uma doença tão letal e o animal consegue se recuperar em poucas semanas. Mesmo curados, os equinos podem vir a apresentar reinfecção e novos sintomas.

A preocupação atual do setor hípico se fundamenta no fato de que a cepa causadora desse surto na Europa apresenta alta patogenicidade e de que sintomas neurológicos têm sido recorrentes. Quando atinge o sistema nervoso central, o vírus provoca ataxia, paralisia, dificuldade de locomoção e hiporreflexia.

Herpes vírus equino no Brasil

A ocorrência dessa doença aqui em nosso país já foi registrada há alguns anos, mas ainda não há estudos que afirmem se a nova mutação que tem provocado o surto nos países europeus já é “conhecida” pelos brasileiros. Para evitar o surto por aqui, o recomendado é vacinar os animais e evitar quedas de imunidade provocadas pelo estresse. O diagnóstico precoce da doença é essencial para que os animais possam ser tratados contra essa doença.

Vale ressaltar que, apesar de a doença não apresentar altas taxas de letalidade, não deve ser negligenciada pelos criadores, uma vez que não possui tratamento específico. Veterinários trabalham no tratamento dos sintomas com terapias que objetivem melhorar os sinais clínicos da infecção, manter a hidratação dos animais e minimizar as complicações causadas pela superinfecção ou disseminação do vírus além do trato respiratório.

 


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Fonte: Cavalus – cavalus.com.br/saude-animal/
por Renato Rodrigues

Renato Rodrigues 31-03-2021

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