Aspectos básicos do ferrageamento de cavalos

Para ferragear com exatidão, é necessário conhecer, por exemplo, a anatomia dos cascos dos cavalos

Ferrageamento de cavalo - imagem ilustrativa

Fábio Furquim Corrêa, professor do Curso CPT Casqueamento e Ferrageamento de Equinos, destaca que os cascos são uma estrutura fundamental para os cavalos, pois danificados ou frágeis fazem com que o animal perca a capacidade de desempenhar as atividades de trabalho no campo, práticas esportivas ou atividades recreativas.

Por conta disso, a execução correta do ferrageamento é importantíssima para a saúde dos cascos dos equinos. Esse procedimento tem o objetivo de melhorar o desempenho e o bem-estar dos equinos, protegendo os cascos e até corrigindo e tratando as doenças que podem afetá-los.

Para que o ferrageamento possa ser executado da melhor forma possível, é necessário que o ferrageador conheça todos os aspectos básicos que envolvem a técnica de ferrar, desde a anatomia até a compreensão completa do sistema locomotor dos cavalos.

O que é o ferrageamento

Ferrar ou ferragear o cavalo diz respeito à colocação de uma lâmina nos casos dos equinos com a função de proteger, curar ou prevenir problemas nesse local, como mencionado. As lâminas podem ser fabricadas em vários materiais, sendo o ferro o mais comum. Ainda, para a exatidão no processo, fatores como o peso, a idade, a raça e as atividades que o cavalo desempenha precisam ser levados em conta.

Anatomia dos cascos

Entende-se por casco o material córneo que protege a extremidade dos membros com a finalidade de sustentação e equilíbrio. Ele é subdividido em coroa do casco, muralha, barras, sola e ranilha. Em relação à sua forma, essa estrutura pode apresentar defeitos relacionados à conformação, à direção e longitudinais, que podem ser corrigidos a depender do grau em que se apresentam. Inclusive, há a possibilidade de executar um ferrageamento corretivo, com o objetivo de manter o alinhamento ou a angulação dos membros.

Riscos no ferrageamento

Durante o processo de ferrageamento dos equinos, alguns acidentes podem ocorrer, colocando em risco a integridade do animal e até a do ferrador.

- Lesões ou danos provocados por acidentes

As lesões causadas nesse momento podem ser de duas formas: imediatas, a exemplo do excesso de aparagem e no corte da sola do casco e a queimadura na sola e na picada, durante a colocação dos cravos; e as tardias, que não são percebidas no momento, mas que acarretam problemas “futuros” para os cavalos.

Para garantir a segurança no procedimento, o ideal é que o ferrador não seja violento e que não apresente comportamento rude, para que o animal não reaja da mesma forma. Ainda, o ambiente deve favorecer o bem-estar de ambas as partes envolvidas no ato de ferragear.

Materiais utilizados

Em relação ao que se utiliza para ferragear, é possível dividi-los em duas categorias:

- Materiais fixos, como a forja a gás, a bigorna, o esmeril, o reservatório para água e o atiçador;
- Materiais volantes, a exemplo dos martelos, da tenaz de bigornar, do martelo de ferrador, do torquês de ferrador, da grosa meia lima, do rebitador e do tripé.

As ferraduras

Os materiais fixados na parte superior dos cascos dos cavalos, conhecidos como ferraduras, funcionam como uma espécie de “sapato” para esses animais, podendo, então, variar em tamanho. Ainda que a mais utilizada seja a de ferro, fixada com cravos, há as de alumínio, de plástico e até de borracha. Subdividem-se em ferraduras de aplicação geral, ferraduras com fins terapêuticos e ferraduras corretivas ou ortopédicas.

Efeitos do uso contínuo de ferraduras

Ainda que a colocação das ferraduras seja necessária para a proteção dos cascos, seu uso contínuo tem potencial para causar alguns problemas nos cascos. Dentre eles, os mais comuns são a redução do seu volume, a atrofia da ranilha, o estreitamento dos talões e a diminuição da elasticidade dos cascos. No entanto, com a utilização de ferraduras corretivas, especiais ou ortopédicas, esses efeitos negativos podem ser minimizados.

 


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Fonte: RURAL, Serviço Nacional de Aprendizagem. Equideocultura: ferrageamento de equídeos. / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. – Brasília: Senar, 2018. 60 p; il.
por Renato Rodrigues

Renato Rodrigues 15-10-2021

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