Realizando a cesariana em éguas

A cesariana é realizada, normalmente, em caráter emergencial, quando há risco de vida para a égua e/ou para o potro

Égua prenhe

Orlando Marcelo Vendramini, professor do Curso CPT Reprodução de Cavalos, ressalta a importância de um bom manejo reprodutivo, para que os criadores possam obter um número maior de animais e com potencial genético elevado, garantindo um plantel robusto e de qualidade.

O manejo reprodutivo tem várias etapas que são igualmente importantes no sucesso da reprodução equina, resultando sempre no nascimento dos potros. Normalmente, as éguas passam, na hora de parir, pelo parto normal após 11 ou 12 meses de gestação. Contudo, em alguns casos, há a necessidade de se realizar uma cesariana, isto é, um parto induzido para retirar um ou mais fetos do útero da égua.

A cesariana em éguas

Ao determinar a necessidade de realização de uma cesariana, o veterinário deve estar atento a vários fatores que podem interferir na realização do procedimento. Realiza-se uma abertura lateral na fêmea, chegando, assim, com mais facilidade ao útero. É uma técnica relativamente simples, mas que demanda cuidado extremo com as condições higiênicas, dado que, tanto a égua, quanto o potro, são vulneráveis a doenças.

Quando é necessário realizar uma cesariana em éguas?

Há várias razões que podem exigir a realização de uma cesariana em caráter emergencial. O principal motivo é a distocia, isto é, problemas com a égua ou com o potro que dificultam ou impedem o parto normal. Dentre os mais comuns, estão o tamanho do feto – que pode ser maior do que o normal –, éguas com anormalidades, dilatação inadequada do cérvix, posicionamento do filhote ou até mesmo quando o feto está morto.

Outras situações, consideradas mais graves, também indicam a necessidade de realização de uma cesariana, como a ruptura da membrana cório-alantóide por tempo superior a uma hora, torção uterina ou quando há risco de morte para a égua.  

A realização de uma cesariana também pode ocorrer de forma arbitrária, quando veterinário e responsável por animal a planejam e chegam a um acordo para tal. Cabe ao veterinário, nesses casos, avaliar algumas condições, como o risco de distocia, a alta probabilidade de trauma reprodutivo e éguas que se encontram em estágio terminal.

O médico veterinário é quem possui papel decisivo na realização de uma cesariana, pois há vários fatores decisivos para a vida do animal e deve-se avaliar, também, quando a cesariana deve ser realizada. Cabe, ainda, a esse profissional deixar claro ao responsável pela égua todos os riscos que a cesariana oferece em cada caso. O local e todos os equipamentos utilizados durante o procedimento devem estar esterilizados.

Acompanhamento gestacional

Para que o parto ocorra sem nenhum problema, é necessário que o veterinário faça um acompanhamento gestacional, avaliando o desenvolvimento do potro e as condições da égua, seja com a palpação, seja com a utilização de ultrassonografia. Dessa forma, é possível perceber as estruturas internas e externas reprodutivas da fêmea e do potro para que se note, antes, alterações que provoquem problemas no parto.

A utilização da ultrassonografia veterinária assume papel fundamental durante o processo de acompanhamento, pois ela permite visualizar o potro desde o desenvolvimento embrionário e, também, o acompanhamento das mudanças internas na fêmea. Em casos em que há morte do feto, por exemplo, ela permite descobri-lo tão cedo seja possível, garantindo a saúde da égua.

 


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Fonte: Revista Veterinária – revistaveterinaria.com.br
por Renato Rodrigues

Renato Rodrigues 16-07-2020

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