A professora do Curso CPT Reprodução de Equinos, Bruna Waddington de Freitas, explica que todo o processo reprodutivo dos equinos envolve uma série de etapas que devem ser executadas com muita precisão pelos criadores. Contudo, ele é inviabilizado quando as éguas sofrem abortos, que podem ser causados por vários fatores.
Apesar de ser totalmente indesejada, a perda gestacional em éguas não é algo incomum, ocorrendo, geralmente, por problemas no trato reprodutivo desses animais. Ela é totalmente prejudicial à criação, seja no aspecto econômico, seja no aspecto reprodutivo. Ainda, o manejo nutricional inadequado também contribui para que haja a interrupção da gestação de éguas, bem como o ambiente e o estresse.
Nesse contexto, conhecer os principais fatores que acarretam a perda gestacional de éguas é extremamente necessário para que os criadores possam evitar que isso aconteça com seus animais:
Endometrite
A endometrite é uma doença caracterizada por uma inflamação no útero da égua, ocasionada, na maioria das vezes, por uma resposta negativa do organismo da fêmea ao sêmen. O fluido que causa a inflamação deve ser eliminado em até 4 dias para que várias reações possam acontecer e garantir a gravidez. Caso o contrário, ocorrerá a perda gestacional.
Fibrose periglandular e cistos uterinos
Esses dois elementos, que também possuem grande potencial para provocar o aborto em éguas, prejudicam, com maior frequência, animais mais idosos. Podem prejudicar a movimentação do embrião e na fixação da vesícula, com possibilidade de afetar, também, a placentação.
Cobertura no cio do potro
Logo após o nascimento do potro, é normal que éguas apresentem uma involução uterina muito rápida, fazendo com que o animal volte à condição de pré-parto e manifeste alguns cios férteis rapidamente. Quando a cobertura é realizada nesse período – que ocorre aproximadamente 7 dias após o parto, a gestação pode ser interrompida.
Herpesvírus equino tipo I
Esse vírus, conhecido como HEV-1 está no topo das principais causas de perda gestacional de equinos, que ocorre no terço final da gestação. Ele proporciona à grande parte das éguas, uma perda rápida e que costuma passar despercebida em exames clínicos. A via respiratória é o principal canal de transmissão do vírus, assim como fetos abortados e fluidos fetais.
Leptospirose
Popularmente difundida como uma doença causada por roedores, a leptospirose é uma zoonose de origem bacteriana e os equinos a contraem quando entram em contato com a pele, mucosas, urinas, fluidos placentários e até alimentos contaminados. Assim como o HEV-1, a perda ocorre no terço final da gestação.
Placentite
A placentite causa um fechamento insuficiente da vulva e vestíbulo, relacionados à deficiência de conformação perineal. Além de ser responsável pela perda gestacional, essa enfermidade pode fazer com que haja partos prematuros, consequentemente dando a luz a potros inviáveis e letárgicos.
Outros fatores
Além de doenças, como mencionado, o ambiente e o estresse pelo qual o animal passa são razões para desencadear a interrupção da gestação. E, ainda mais do que a nutrição incorreta, o sêmen também tem esse poder, cabendo ao médico veterinário realizar exames regulares que acusem a presença de qualquer um dos problemas capazes de promover o aborto.
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Manejo de Potros – Do Parto ao Preparo para a Doma
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Fonte: Revista Veterinária – revistaveterinaria.com.br
por Renato Rodrigues