Haroldo Vargas, professor do Curso CPT Enquanto o Veterinário Não Chega – Atendimento a Equinos, destaca que o manejo sanitário de cavalos não envolve somente a ministração de remédios a animais doentes, por exemplo, como também o cuidado com as instalações e com insetos que transmitem doenças, como moscas e mosquitos.
Conhecidos por serem vetores de doenças humanas de relevância como a dengue, moscas e mosquitos também causam preocupação nos equinocultores, pois são capazes de transmitir enfermidades que podem se tornar um grande problema para a criação. Felizmente, algumas não são zoonoses e nem podem ser transmitidas a outros cavalos, mas a atenção a elas deve ser constante.
Dentre elas, destacam-se três:
Encefalomielite Equina Oriental
Transmitidas pelos mosquitos Culiseta melanura, a encefalomielite equina oriental é capaz de provocar o surgimento de distúrbios neurológicos graves nos equinos, com índice de mortalidade muito alto. Os sinais clínicos dessa doença são: febre, marcha descoordenada frequente e espasmos musculares involuntários. À medida em que a doença avança, sinais encefálicos também vão progredindo e o animal apresenta, também, pressão na cabeça, perambulação sem rumo, convulsões, hiperexcitabilidade e coma, chegando ao ponto de o animal se deitar e não conseguir se colocar de pé novamente.
Os sintomas dessa doença são muito semelhantes a outras encefalites ou encefalomielites, o que torna a doença de difícil diagnóstico. É importante ressaltar que as condições ideais para o aumento da população de mosquitos são motivo de preocupação e que os animais devem estar vacinados para evitar a doença.
Encefalomielite Equina Ocidental
Nesse caso, o mosquito que transmite a encefalomielite equina ocidental é o Culex tarsalis, e essa doença também pode ser evitada com vacinação em dia. Em relação às características, é uma doença similar à encefalomielite equina oriental, mas com taxa de mortalidade menor, o que não a torna menos preocupante.
Vírus do Nilo Ocidental
Causador da Febre do Nilo Ocidental, esse vírus pertence ao gênero Flavivirus e à família Flaviviridae, mesma dos causadores da Dengue e da Febre Amarela. Tem como principal sintoma um dano na medula-espinhal. Além desse, ataxia, perda de apetite, depressão, perda de equilíbrio, contração muscular, paralisia facial, diminuição da visão, enrijecimento no pescoço, marcha confusa, convulsões, voltas em círculos e incapacidade para ingerir também podem aparecer em cavalos doentes.
Como evitar moscas na criação de cavalos?
Culicoides ou maruim, mosca-de-cavalo, mosca-dos-estábulos e a mosca doméstica são as principais espécies que costumam atacar os equinos, transmitindo uma grande variedade de doenças, além das que foram mencionadas. Para evitar esse tipo de problema, é necessário realizar o controle delas, o que pode ser conseguido com algumas atitudes simples, mas eficientes:
- Limpeza do estábulo
A correta higienização do local onde os animais passam a maior parte do seu tempo é crucial para evitar o aparecimento de moscas e mosquitos. Quanto mais limpo estiver o estábulo, menos moscas o habitarão e o usarão como local de reprodução. Fezes, restos de alimentos, esterqueiras e poças de água são locais propícios à proliferação delas. Além dos cuidados com esses aspectos, a alimentação dos animais também não deve ficar exposta e a grama sempre aparada. Recomenda-se, ainda, realizar uma dedetização nas épocas mais quentes do ano.
- Repelentes
Outra forma eficiente para evitar que as moscas cheguem aos animais é a utilização de repelentes, que podem ser adquiridos ou feitos à base de cravo e citronela, seja em forma de spray, shampoo ou pomada. Entretanto, deve-se solicitar o auxílio de um profissional para a utilização, pois alguns podem ser tóxicos.
Conheça os Cursos CPT da Área Criação de Cavalos:
Enquanto o Veterinário Não Chega – Atendimento a Equinos
Como Montar e Manejar um Centro Hípico – Modalidades, Instalações, Manejo Sanitário e Primeiros Socorros
Capacitação de Auxiliar Veterinário – Equinos e Bovinos
Fontes: Cavalus – cavalus.com.br
Agroline – blog.agroline.com.br
por Renato Rodrigues