Bruna de Freitas, professora do Curso CPT Reprodução de Equinos, afirma que para garantir o sucesso da reprodução dos equinos, é imprescindível que os cuidados se iniciem antes da monta, passem pelo monitoramento da matriz prenha e se estendam a até depois da hora do nascimento do potro.
Depois de quase um ano de gestação, a égua chega a um momento decisivo tanto para ela quanto para o potro, que está vindo ao mundo: o parto. Normalmente, essa etapa costuma ser tranquila, mas os criadores têm que estar atentos a qualquer sinal que possa indicar que algo está errado.
Na grande maioria dos casos, uma intervenção imediata consegue evitar que a égua, o potro ou ambos morram. Durante a gestação, é necessário garantir a vacinação e a vermifugação nos momentos corretos, para que, então, a preparação para o parto se inicie. Aproximadamente um mês antes da data prevista para o nascimento do potro, recomenda-se colocar a égua no lugar onde ela parirá, prazo suficiente para que ela se adapte ao ambiente.
O local onde acontecerá o parto
O ideal é que o ambiente direcionado à chegada do potro seja limpo, seguro e livre de qualquer elemento que possa causar feridas à égua ou ao filhote, como arames e cercas quebradas. Também, precisa ser tranquilo, silencioso e de fácil acesso e possuir uma forragem adequada.
Antes do parto
Para que o parto ocorra sem grandes problemas, equinocultores precisam cuidar do potro antes dele. A mãe precisa receber uma alimentação adequada, consumindo todos os nutrientes de que necessita e nas quantidades adequadas, o que facilitará o crescimento e desenvolvimento do potro.
Os abortos não são raros e demandam do criador observação constante das mamas e da vulva da égua. As tetas são um bom indicativo de que o parto está se aproximando, pois elas ficam mais redondas no período de seis a duas semanas antes da hora do nascimento.
Estágios do parto de éguas
A égua passa por três estágios durante o parto:
> Primeiro – Começa quando a égua apresenta contrações uterinas coordenadas que pressionam a placenta e a cérvix dilatada. Em relação ao comportamento, é normal que ela apresente inquietação e suor em algumas partes do corpo. O rompimento da bolsa e liberação de líquido indica o fim do primeiro estágio;
> Segundo – No estágio intermediário, o potro encontra-se, em condições normais, posicionado para ser expulso. As éguas podem parir em pé, mas boa parte delas prefere deitar para que o potro nasça. Quando a expulsão começa, o próprio organismo da fêmea reage e produz contrações mais fortes para que o filhote saia mais rápido. Geralmente, essa etapa dura 20 a 30 minutos, variando para menos ou para mais quando a égua é experiente ou estreante, respectivamente.
> Terceiro – Depois que o potro foi expulso, dá-se início ao terceiro estágio, com a égua apresentando contrações mais leves até que a placenta também seja expulsa. Normalmente, isso acontece entre 30 a 90 minutos após o parto, o que deve ser acompanhado de perto para que, quando não houver expulsão após 60 minutos, o veterinário seja avisado.
Atenção para possíveis problemas!
É aconselhável que o veterinário acompanhe todo o processo, para que possa intervir em situações anormais. Por exemplo, quando a vulva apresenta placenta vermelha, ele precisará fazer um corte para que o órgão se rompa, evitando que o potro morra asfixiado.
E, como dito, quando a placenta não é eliminada, também é necessário que o profissional aja o mais rápido possível. Isso porque a não eliminação pode desencadear uma multiplicação de bactérias e vários outros problemas, que podem resultar na morte da égua.
Ainda, outro problema comum é o não nascimento do potro, que começa a sair, mas não é totalmente expulso. Nesses casos, todos os cuidados precisam ser executados com atenção e é necessário observar o posicionamento dos membros do animal.
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Fontes: Cavalus – cavalus.com.br
Portal Escola do Cavalo – escoladocavalo.com.br
por Renato Rodrigues