Importância da identificação do desgaste dentário em equinos

O desgaste dentário dos cavalos é necessário e natural, mas se torna um problema quando é excessivo

Odontologia equina - imagem meramente ilustrativa

O professor do Curso CPT Odontologia Equina a Campo, Luiz Fernando Pimentel, destaca a importância de se dar atenção à saúde dos dentes dos cavalos, pois o aparelho bucal desses animais é fundamental para a mastigação e para que possam triturar os alimentos corretamente, digerindo-os e absorvendo os nutrientes necessários.

Ao serem domesticados, os métodos de criação modificaram diversos hábitos dos equinos, inclusive aqueles relacionados à alimentação. Consequentemente, isso é capaz de provocar um comprometimento na formação dentária natural deles, o que pode acarretar diversos problemas odontológicos.

O desgaste dentário é algo necessário para os cavalos, uma vez que os dentes desses animais nunca param de crescer e precisam de serem desgastados durante a alimentação para favorecer a saúde bucal e a saúde geral dos equinos. Quando não há desgaste, os alimentos não são aproveitados da forma correta e todo o processo digestivo fica comprometido.

Por que é necessário identificar alterações no desgaste dentário dos cavalos?

Como mencionado, a domesticação alterou o curso “natural” da vida dos cavalos, isto é, em ambiente selvagem, a sua alimentação era capaz de desgastar os dentes de forma adequada. No contexto doméstico, além de alimentação diferente, os equinos passaram a gastar menos tempo com a mastigação, fato que também contribui para o desgaste inapropriado das estruturas dentárias.

Logo, nesse sentido, a percepção de qualquer alteração na arcada dentária dos cavalos que fuja à normalidade tem a finalidade de evitar problemas com a embocadura, com a alimentação e com o surgimento de complicações mais preocupantes, como é o caso da cólica equina. A falta de apetite, a queda no desempenho e a rejeição à embocadura, por exemplo, são alguns dos comportamentos que ajudam o equinocultor a perceber que há algo de errado com o animal, o que pode estar relacionado a problemas odontológicos.

Comportamentos que prejudicam o desgaste dentário dos cavalos

Além dos sinais apresentados acima, alguns comportamentos devem ser coibidos devido ao prejuízo que podem causar aos dentes. O ato de roer madeira, por exemplo, indica, na maioria das vezes, que o animal está com deficiência de minerais ou estressado pela falta de atividades físicas rotineiras, o que ocasiona um desgaste desnecessário nos dentes. Morder o cocho pode ser um indicador de perda de pesa ou de outros problemas de saúde e, além de afetar os dentes, também é capaz de causar cólica. Ainda, a aerofagia sem apoio e a agressividade também são comportamentos anormais e prejudiciais, que, portanto, têm que ser evitados pelos criadores.

Alterações promovidas pelo desgaste dentário dos cavalos

- Pontas excessivas de esmalte dentário

A relação anormal entre os dentes inferiores e superiores dos animais provoca um “excesso” nas estruturas dentárias que possibilita a ocorrência de lesões nas bochechas e na língua e de dificuldade e desconforto na mastigação.

- Rampas

A identificação desse problema é mais complexa e, geralmente, é feita a partir de exames radiológicos. Ocorre quando há um desgaste incorreto das regiões das projeções terminais dentárias, mais recorrente no segundo pré-molar e nos últimos molares.

- Ganchos

Os ganchos são praticamente uma consequência da não identificação das pontas excessivas de esmalte dentário, o que leva à alteração da mastigação para a verticalização, desgastando ainda mais os dentes e fazendo surgir os ganchos.

- Ondas

Como o próprio nome sugere, essa alteração dentária provoca um desgaste que, quando visto de perfil, se parece a uma onda. Ocorre quando há uma projeção dentária tanto inferior-superior quanto superior-inferior que impossibilita os processos de mastigação e a movimentação para deslizamento dos molares.

- Diastema

Diastema é o nome dado ao surgimento de espaços entre os dentes adjacentes. Nesse caso, a depender da formação e da classificação, pode ser patológico ou não. Em animais mais velhos, é comum e os torna mais predispostos à gengivite.

 


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Fonte: Portal Escola do Cavalo – escoladocavalo.com.br
por Renato Rodrigues

Renato Rodrigues 07-05-2021

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