Formas de expressão e bem-estar dos cavalos

É preciso interpretar os sinais que os cavalos dão, sejam eles físicos ou do próprio organismo

Comportamento de cavalos

A maioria das pessoas que cria cavalos não sabe que está lidando com animais bastante expressivos, que estão, a todo o tempo, demonstrando o que sentem. Porém, muitos criadores acabam interpretando sinais de forma equivocada ou simplesmente acreditam que aqueles sinais não significam nada.

Haroldo Vargas, professor do Curso a Distância CPT Aprenda a Montar e Lidar com Cavalos, explica que é necessário aprender a pensar como os cavalos pensam e enxergar do seu ponto de vista, compreendendo e estudando o seu comportamento natural.

Cavalos são como crianças que ainda não aprenderam a falar: por não dominarem a linguagem oral, fazem uso de uma linguagem corporal, emitem sons e murmúrios para conseguirem demonstrar o que sentem, seja com os criadores ou até com outros animais.

Nós, enquanto criadores, precisamos saber interpretar esses sinais, fazendo uma “leitura” do animal. Isso é possível olhando para o animal, observando, por exemplo, contrações de sua pele, posição de orelhas, a forma como movimenta o pescoço e patas, entre outras formas de expressão.

Além dos sinais físicos, alguns sinais do próprio organismo do animal também podem querer mostrar alguma coisa para nós: as doenças. Essa forma de expressão é a mais fácil de ser identificada, após observação de sintomas e comportamentos que não são comuns dos animais.

Alterações no comportamento, irritabilidade, cautela em excesso, enjoos, ferimentos ou comportamento temeroso podem indicar que há algum problema grave acontecendo com o animal. Além desses, sintomas claros como cicatrizes, ferimentos, diarreias extrema irritação ou apatia também exigem uma avaliação imediata do estado de saúde do animal.

Os cavalos são animais muito sociais e, na natureza, não formam grupos simplesmente por questões físicas, mas sim pela rede de relacionamento complexa e autêntica que constroem entre si, em que cada animal tem seu papel bem definido. Por exemplo, há animais que dominam e animais que gostam de ser dominados, sendo isso uma relação benéfica para ambos, pois animais que estão em posições mais baixas da hierarquia são protegidos pelos dominadores contra predadores ou intrusos.

O tipo de manada mais comum é o “familiar”, composto por um garanhão, seu harém e prole. Porém, as manadas também podem ser compostas por somente fêmeas, machos adultos, machos e fêmeas jovens, entre outras. Também pela sociabilidade desse animal, pode ocorrer que em uma mesma manada haja duas “semi-manadas”, que conseguem se relacionar entre si, mantendo hierarquia e organização de ambas. Mesmo após a domesticação, esse instinto de constituir uma manada se manteve.

Para garantir o bem-estar e um bom relacionamento com os animais, é preciso interpretar bem todos esses sinais. Ainda, o clima pode provocar, também, mudanças comportamentais. Para escaparem de ventos fortes e contínuos, por exemplo, os cavalos costumam se posicionar paralelos ao estímulo incômodo, com a garupa voltada para o vento e orelhas no sentido oposto.

A fuga é um dos principais sinais de defesa dos animais, que também podem fazer uso do coice e da mordida. Hierarquicamente falando, muitas características são conservadas, como a posição dos animais dentro do grupo durante deslocamento, ainda que todos eles estejam em fuga.



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Fonte: Rural News – ruralnews.com.br
por Renato Rodrigues

Renato Rodrigues 05-06-2019

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