Como identificar potros de risco?

A identificação de potros de risco permite que os veterinários intervenham e evitem a morte precoce desses animais

Égua e potro - imagem ilustrativa

Fabiana Garcia Christóvão, professora do Curso CPT Manejo de Potros: Do Parte ao Preparo para a Doma, ressalta que além da execução correta da monta e monitoramento constante da gestação das éguas, os potros também devem ser manejados de forma cuidadosa pelo equinocultor para garantir o êxito na reprodução equina.

Logo que nascem, os potros são muito frágeis e, em alguns casos, podem morrer com menos de dois dias de vida. Isso se deve a vários fatores, como asfixia, infecções bacterianas, sepse, fome e distocia. Por conta disso, cabe ao criador saber identificar potros de risco, isto é, aqueles que demandarão mais atenção para que não venham a óbito pouco tempo depois do nascimento.

Classificação de risco

Tanto a égua quanto o potro estão sujeitos a diversos problemas quem podem ocasionar a morte dos neonatos. Além deles, a gestação, o parto e o próprio ambiente onde ocorre o nascimento podem contribuir significativamente para a perda do potro. Dessa forma, a classificação dos animais em níveis de risco auxilia na preparação para lidar com os recém-nascidos. A classificação é feita em três níveis:

- Baixo risco: são considerados potros de baixo risco aqueles que se levantaram em até uma hora após o nascimento e mamou após duas. A ausência de fatores de risco materno, gestacional ou relacionado ao potro, gestação de duração normal, placenta sem alterações e ausência de fatores de risco ambiental também classificam o animal como baixo risco.
- Médio risco: potros que apresentam um fator de risco.
- Alto risco: potros que apresentam mais de um fator de risco.

Fatores de risco

- Maternos

Em relação à égua, há diversos fatores que colocam o neonato em situação de risco. Enfermidades ou febre durante a gestação, utilização de sedação e anestésicos, uso de anti-inflamatórios não esteroidais, lactação prematura, cólica, estado nutricional ruim e presença de secreção na vagina são alguns deles.

A realização de cesáreas também se classifica como um fator de risco para o potro, haja vista que a anestesia pode causar depressão fetal, o decúbito dorsal pode prejudicar o fluxo sanguíneo uterino e que há menor estímulo ao início da respiração do animal, em comparação ao parto natural.

- Placenta e parto

Fatores associados à placenta e ao parto devem se enquadrar como relevantes para a classificação de risco. Como exemplos, é possível apontar a placentite, vasculite, distocia, contrações uterinas prolongadas – tempo de expulsão superior a 30 minutos, separação placentária, parto induzido, parto prematuro e ruptura precoce do cordão umbilical.

- Potro

Quando apresentam anormalidades congênitas ou quando nascem gêmeos, esses potros já não podem ser considerados de baixo risco. Ainda nesse contexto, quando nascem em condições ambientais rurais ou quando há falha de transferência na imunidade passiva, evidencia-se a presença de fatores de risco relacionados aos neonatos.

Quando classificado como médio e alto risco, os potros devem receber tratamento precoce e devem ser acompanhados por um médico veterinário de acordo com os problemas que ele apresente. Antecipando-se às situações de risco, esse profissional conseguirá intervir e tratar o potro precocemente, aumentando a possibilidade de que ele consiga sobreviver e se desenvolver corretamente, evitando prejuízos aos equinocultores.

 


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Fonte: Cavalus – cavalus.com.br
por Renato Rodrigues

Renato Rodrigues 18-03-2021

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