Como criar equinos: diferentes formas

O sistema de criação de cavalos sofreu alterações ao longo dos anos

Criação de cavalos

Há tempos a criação de equinos era, em sua maioria, extensiva, isto é, quando o animal era deixado em pastos grandes e as crias permaneciam ao lado da progenitora até o próximo parto dela, quando eram separadas de forma compulsória. A monta era realizada de forma natural, com o reprodutor mantido a pasto junto com as éguas.

Nesse contexto, a fertilidade alcançava taxas satisfatórias e economizava-se bastante com a mão de obra. Porém, os reprodutores sofriam muitos acidentes e animais apresentavam deficiências nutricionais, dado que se alimentavam exclusivamente da pastagem, o que causava perdas em crescimento e na reprodução dos equinos.

Orlando Marcelo Vendramini, professor do Curso a Distância CPT Alimentação de Cavalos, explica que hoje, com o avanço tecnológico e o desenvolvimento de várias técnicas de criação, há outras formas de criação de cavalos, que conseguem “reverter” os pontos negativos da antiga criação extensiva.

Seguindo a evolução histórica da criação de cavalos, o primeiro passo dado em direção à otimização do sistema de criação foi a divisão dos animais no pasto de acordo com seu tipo, sejam potros, éguas paridas, éguas solteiras, entre outros.

Também aderiu-se às estações, isto é, passou-se a utilizar as estações do ano como forma de “organizar” a criação. Na segunda metade da primavera e durante todo o verão, por exemplo, concentravam-se as coberturas das éguas e parições, dado que, quanto maior o fotoperíodo, maior a tendência da égua a ser fértil. As éguas gestantes passaram a ficar com os melhores pastos enquanto as éguas paridas, para serem poupadas, passaram a ter seus potros apartados em grupos, próximo aos seis meses de idade.

Antigamente os criadores de cavalos apresentavam resistência quanto à suplementação dos animais no período seco como forma de prevenir a perda de peso e manter as éguas prenhas em bom estado. Esses gastos extras não podiam ser evitados e, por consequência, alguns criadores utilizavam silagem, cana picada ou rolão de milho para os animais muito magros.

A substituição do sistema extensivo foi feita para o intensivo e semi-intensivo assim que houveram avanços na área de nutrição equina e melhoramento genético das raças, o que tornou possível a produção de cavalos de maior valor.

O sistema intensivo mantém os animais em confinamento, podendo sair das baias apenas para a realização de exercícios. O semi-intensivo, por sua vez, mantém os animais nas baias durante o dia e no pasto durante a noite, inclusive podendo ser ao contrário. Nesse sistema, é preciso mantem os animais sob vigilância ou soltar apenas parte do dia, manhã ou noite.

Nos dias atuais, o sistema extensivo se vê um pouco impossibilitado, uma vez que os haras encontram-se em áreas pequenas. Nesses casos, recomenda-se manter presos apenas os animais destinados à exposição e vendas. Os garanhões devem ser mantidos em baias, anexas aos piquetes, enquanto as éguas devem ser mantidas nos piquetes.

Sabe-se que o confinamento pode tornar a criação mais cara, além de produzir estresse mental nos animais, que se tornam mais inquietos e nervosos. Também afeta negativamente a fertilidade, pois há inibição do fotoperíodo. Ainda, produz animais obesos e com baixa resistência, o que prejudica o desempenho funcional deles. Com isso, o sistema semi-intensivo acaba se tornando a melhor opção para o criador.



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Fonte: Portal Escola do Cavalo – escoladocavalo.com.br
por Renato Rodrigues

Renato Rodrigues 05-04-2019

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