Boas práticas na alimentação de cavalos

Garantir a correta alimentação dos equinos não significa somente oferecer os nutrientes na quantidade adequada

Cavalos comendo

Eduardo Villela Villaça Freitas, professor do Curso CPT Alimentação de Equinos, deixa claro que um dos itens mais importantes na criação de cavalos é a alimentação. Entretanto, alimentar não significa somente fornecer alimento em boa quantidade, é preciso saber primeiro qual a necessidade nutricional do animal e quais nutrientes vão supri-la corretamente.

De uma forma geral, todos os animais necessitam dos mesmos nutrientes: água, proteína, carboidratos, gorduras, vitaminas e minerais. O que varia é a quantidade, de acordo com vários fatores, como a fase, o peso, o tipo de uso do animal e o estado reprodutivo em que ele se encontra.

A partir disso, é fundamental conhecer a fundo aspectos relacionados à alimentação desses animais. Cavalos criados foras de baias são acostumados a ter uma vida ativa, necessitando de energia para desempenhar todas suas atividades diárias. Para isso, não basta oferecer somente a quantidade correta dos nutrientes acima descritos e de energia. É preciso levar em conta também o tipo, a forma e a frequência com que os alimentos são oferecidos, aspectos tão importantes quanto a composição.

A importância de uma boa alimentação

Todos os nutrientes dos quais os cavalos necessitam provêm de três fontes: volumosos, como o pasto, o capim cortado, feno e silagem; os concentrados, como os grãos e rações; e os suplementos. Garantir que todas as exigências nutricionais e energéticas sejam supridas também influencia na aparência física e no escore corporal.

Criados “ao natural”, isto é, de forma livre, esses animais costumam passar até 16 horas por dia dedicando-se à alimentação, tendo como base a pastagem, que fornece fibras, mas é pobre em energia. É um tipo de animal que se alimenta pouco, mas frequentemente, para que se aproveite o máximo dos nutrientes.

A alimentação também tem influência direta nos dentes do animal, uma vez que cavalos passam mais tempo mastigando ao consumir alimento volumoso, o que provoca redução no seu tempo em ócio e ainda produz um desgaste dos dentes mais adequado.

As fibras na alimentação de cavalos

Os equinos possuem uma atividade estomacal constante, isto é, produzem ácido gástrico de forma contínua e, por isso, estão sempre se alimentando. Quando o animal come pouco, seu estômago fica mais vulnerável a esse ácido, o que favorece o surgimento de doenças e distúrbios intestinais.

As fibras, encontradas em abundância nos volumosos, são essenciais, pois seu consumo em pequenas quantidades promove comportamentos anormais, como a ingestão de cama ou de fezes, com o intuito de “suprir” sua necessidade. Além disso, fibras longas, encontradas em forragens desempenham papel fundamental para a digestão dos equinos, dado que facilitam o trânsito do alimento.

Cavalos criados em baias ou piquetes

Recomenda-se fornecer plantas com folhagem inteira para cavalos criados em baias ou piquetes, pois isso permite que o animal selecione as melhores partes da planta antes de ingeri-la, além de estimular a mastigação e a produção de saliva.

Durante a noite, para que o animal desprenda tempo consumindo fibras, deve-se oferecer volumoso de qualidade e em quantidade satisfatória. Os concentrados, por sua vez, devem ser oferecidos de 30 a 60 minutos após o volumoso, quando houver necessidade. Antes de exercícios, devem ser oferecidos no mínimo de 40 a 60 minutos antes. Quando se oferece os dois tipos juntos, o concentrado acaba percorrendo o trato gastrointestinal do animal de forma mais rápida, não sendo aproveitado da forma correta.

As fezes

É importante observar as fezes do animal, que dão pistas sobre a alimentação do animal. Elas mostram o tempo de permanência no intestino dos animais, além de evidenciar características dos alimentos consumidos e como o trato gastrointestinal funciona. Por exemplo, quando se nota a presença de grãos inteiros ou fibras longas nas fezes, isso indica que esses alimentos não foram aproveitados satisfatoriamente, seja pelo tipo ou pela má qualidade.

 


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Fonte: Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Manual de boas práticas de manejo em equideocultura / Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Mobilidade Social, do Produtor Rural e Cooperativismo. – Brasília : MAPA/ACE/CGCS, 2017. 50 p.
por Renato Rodrigues

Renato Rodrigues 07-05-2020

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