Bicheira em equinos: qual tratamento precisa ser feito?

A miíase cutânea, popularmente conhecida como bicheira, é facilmente tratável, mas pode levar o cavalo a óbito

Cavalo sendo examinado - imagem meramente ilustrativa

A professora do Curso CPT Doenças de Equinos, Maria Gazzinelli, alerta para os cuidados com os equinos, que precisam ser constantes para garantir boa saúde aos animais, haja vista que algumas doenças não têm cura e que, inevitavelmente, em boa parte dos casos, o animal poderá ter que ser sacrificado.

A bicheira, também conhecida como miíase cutânea pode parecer, a princípio, inofensiva, mas tem potencial para causar sérios prejuízos aos cavalos e também pode ser transmitida ao homem, colocando em risco a segurança tanto dos animais quanto de quem cuida deles no dia a dia.

A bicheira

Essa doença é causada pela mosca Cochliomyia hominivorax e provoca danos na pele do animal. Esse vetor deposita seus ovos em ferimentos ou cicatrizes dos animais e as larvas que saem deles se infestam, desencadeando a miíase cutânea. Esse tipo de problema é preocupante nas criações de cavalos, haja vista que os animais sentem muita dor, e, em casos extremos, podem até morrer.

A partir do surgimento de feridas que vão se espalhando facilmente pelo corpo dos equinos, a bicheira se instala e demanda tratamento certeiro para que não se transforme em um problema preocupante. Ainda, é uma doença comum, presente em boa parte das propriedades equinocultoras, podendo afetar também os bovinos.

Sinais clínicos

Felizmente, a miíase cutânea é de fácil identificação, isto é, basta observar feridas abertas nos animais em que há a presença de larvas. Geralmente, essas mesmas feridas também possuem sangramento e o mau odor denuncia que os cavalos podem estar com bicheira. Basta ficar atento, sobretudo às feridas e cicatrizes novas.

Como prevenir a bicheira?

Ao mesmo tempo em que a bicheira é fácil de ser identificada, os animais também estão muito vulneráveis a ela, dado que há um grande número da mosca causadora da miíase aqui em nosso país. Isso justifica o fato de ela ser tão comum e possível em quaisquer criações. A principal dica para prevenir a bicheira é observar e cuidar de feridas e cicatrizes com total dedicação, para que elas não se tornem, literalmente, porta de entrada para as larvas que se infestarão.

Ainda, muito além das feridas e cicatrizes causadas pela rotina dos cavalos, todas aquelas que são resultado de cirurgias, de castração e de outros procedimentos nos animais, além dos umbigos dos potros recém-nascidos, precisam de manutenção constante para que estejam sempre limpas e sem ovos.

Como tratar a bicheira?

O tratamento é simplificado e, como primeiro passo, após notar a presença de ovos ou de larvas, o ideal é que o machucado seja lavado com água e sabão neutro. A utilização de iodo povidine é recomendada. Depois, o veterinário cuidará do “restante”, removendo as larvas que estão aparentes e realizando um exame para verificar se há outras nos tecidos mais profundos. É extremamente importante que um profissional realize esses dois procedimentos, pois qualquer possível foco de infecção precisa ser removido e, somente ele, será capaz de fazê-lo com total efetividade.

- Produtos para o tratamento

Alguns produtos serão indicados pelo veterinário para otimizar o tratamento. Com ação larvicida, poderão ajudar também a acelerar a cicatrização das feridas ao serem utilizados regularmente. Seja em spray ou em pomada, por exemplo, serão receitados de acordo com a gravidade da bicheira. E, por fim, mas não menos importante, é sempre necessário consultar um médico veterinário ao notar a presença de bicheiras nos cavalos.

 


Conheça os Cursos CPT da Área Criação de Cavalos:

Doenças de Equinos
Enquanto o Veterinário não Chega – Atendimento a Equinos
Capacitação de Auxiliar Veterinário – Equinos e Bovinos

Fonte: Rodeo West – blog.rodewest.com.br
por Renato Rodrigues

Renato Rodrigues 30-08-2021

Deixe um Comentário

Comentários

Não há comentários para esta matéria.