Avaliação do feno para equinos: o que deve ser levado em conta?

Um bom feno precisa reunir uma série de características para que seja considerado adequado para a alimentação dos cavalos

Cavalo comendo feno - imagem ilustrativa

Eduardo Villela Villaça Freitas, professor do Curso CPT Alimentação de Equinos, anuncia que um dos itens mais importantes na criação de cavalos é a alimentação. Entretanto, alimentar não significa somente fornecer alimento em boa quantidade, é preciso saber primeiro qual a necessidade nutricional do animal e quais nutrientes vão suprir corretamente esta necessidade.

Nesse contexto, todo alimento que é oferecido aos equinos precisa ser eficiente. Dentre os principais, está o feno, que é obtido a partir do processo de desidratação de plantas forrageiras, gramíneas e leguminosas, considerado um alimento volumoso e que de grande relevância para a equinocultura.

Em primeiro lugar, é necessário saber que, para que os vários tipos plantas sejam transformados em feno, o ideal é que elas sejam adequadas ao processo, que estejam em idade e momento ótimos de corte e que passem por um processamento e um armazenamento adequados.

A partir disso, o alimento obtido pode ser avaliado como bom ou ruim. Contudo, vale frisar que, mesmo com a observação das características acima, qualquer feno que seja fabricado a partir de matéria-prima sem qualidade, de equipamentos ruins ou de um gerenciamento ineficaz, o resultado sempre será um produto considerado ruim.

Para avaliá-los, alguns pontos devem ser levantados, com o objetivo de garantir que os cavalos estejam se alimentando com um volumoso poderoso e nutritivo:

A qualidade

Não dá para se pensar em um feno efetivo sem que se pense na qualidade dele. Para a alimentação dos animais, ele precisa apresentar bons índices nutricionais – o que pode, em alguns casos, ser avaliado com análises químicas, por exemplo – e aspectos visuais e olfativos favoráveis, como: umidade adequada e homogênea, coloração esverdeada, toque macio, grande proporção de folhas em relação à de hastes, temperatura fria (ambiente), cheiro de capim cortado, presença de apenas uma espécie vegetal e ausência de aspectos que comprometam a sua integridade, a exemplo de fungos, plantas daninhas e materiais estranhos.

Ainda, menciona-se o fato de que a uniformidade no peso e no tamanho dos fardos, a amarração firme e a perda excessiva de folhas ao ser manuseado também têm que ser levadas em conta. Somando-se às características anteriores, é imprescindível que todas estejam “presentes” em conjunto, isto é, mesmo quando o feno apresenta a maioria delas, ele não pode ser considerado um feno “quase” bom.

Outros aspectos importantes

Retomando a necessidade de o feno apresentar temperatura fria dentro dos fardos, essa característica em especial, evidencia que o alimento se encontra em ótimo estado de preservação e conservação. Quando o fardo se apresenta quente, fica fácil perceber que há algum problema com o volumoso, pois isso ocorre a partir da atividade de fungos, bactérias e outros microrganismos.

A presença deles merece acender um sinal de alerta, haja vista que o feno perde peso, fica mais propenso à formação de compostos tóxicos e à combustão, que pode ocorrer de forma instantânea.

Voltando à presença de elementos “estranhos” no feno

Quando há mais de uma espécie utilizada no processo de fenação, dois problemas são expostos: primeiramente, a qualidade do alimento será menor, dada a presença de um material com menor valor nutritivo; e, em segundo lugar, o criador estará pagando por isso, ou seja, o preço será o mesmo para um alimento com qualidade reduzida.

Ao detectar a presença de plantas daninhas, sementes ou pendões florais, percebe-se que, igualmente, a qualidade está comprometida, dado que ele não apresentará sua melhor condição nutricional e que, na produção, valorizou-se mais a quantidade do que a qualidade, sendo desaconselhado o fornecimento aos cavalos.

A partir disso, conclui-se que o melhor feno sempre será aquele que manifestar todas as condições ideais e o que foi produzido em boas condições. As vantagens da utilização destes são várias: melhor relação entre concentrado e volumoso na dieta dos animais, melhor atendimento às exigências nutricionais dos cavalos, menores riscos de surgimento de doenças digestivas, dentre outras.

 


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Fonte: Cavalus – cavalus.com.br
por Renato Rodrigues

Renato Rodrigues 04-08-2021

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