Aprenda a cuidar do potro órfão

Ao nascer, os potros podem ficar órfãos ou serem rejeitados pela mãe, necessitando de cuidados especiais

Potro recebendo mamadeira

Os equinos criados no hemisfério sul possuem estação de monta com início em setembro, até fevereiro do ano seguinte. Isso acontece na maioria das raças e é nesse período em que, devido ao maior fotoperíodo, ocorrem os cios mais férteis. Por consequência disso, há o ano hípico, o que “determina” que esses animais façam aniversário ao mesmo tempo, independente da sua data de nascimento.

Para competições, isso representa que, mesmo que o nascimento tenha sido diferente em um período de até seis meses, os cavalos podem competir na mesma categoria. Por conta disso que é importante que a égua fique prenhe logo no início da estação de monta, para que os animais possam ter vantagem de desenvolvimento em relação aos concorrentes.

Orlando Marcelo Vendramini, professor do Curso a Distância CPT Reprodução de Cavalos, reforça que é fundamental que os criadores estejam atentos a essas informações, para que possam aumentar seus índices de reprodução.

Todas as informações anteriores convergem para o fato de que o nascimento dos potros ocorre sempre no segundo semestre do ano seguinte. Nessa época, é preciso cuidar para que, entre a gestação e o nascimento, os locais de criação ofereçam condições adequadas para as éguas e, também, para os potros, para que consigam se desenvolver corretamente.

Porém, ainda que apresente todas essas condições, é possível que a mãe morra ou rejeite o potro. Isso significa que o criador deve estar preparado para agir nesses casos. Em primeiro lugar, é importante saber que toda a imunidade do potro é transferida pelo colostro materno. Caso o animal não ingira esse líquido, somado à baixa concentração de imunoglobinas, ele ficará mais suscetível a várias doenças e poderá, inclusive, morrer.

Deve-se avaliar o estágio em que o potro tornou-se órfão e se ele ingeriu o colostro. Para diminuir esse problema, recomenda-se que o criador disponha de um banco de colostro para oferecer aos animais órfãos antes da ingestão dele.

Caso a propriedade não disponha desse líquido, deve-se administrar de forma lenta o plasma hiperimune por via intravenosa. Essa administração tem como finalidade garantir ao potro os anticorpos que deveriam ter vindo do colostro.

Após receber esse plasma, o criador pode tentar introduzir o potro a outra égua que tenha parido ou, em caso de rejeição, oferecer aleitamento artificial: 750ml de leite de vaca ou semidesnatado, 250ml de água filtrada, 30g de dextrosol, 5g de carbonato de cálcio e uma gema de ovo. Deve-se oferecer 2,5L desse leite a cada duas horas.

7 dias após o nascimento, o potro já pode se alimentar com ração, sendo recomendado um produto balanceado, com 19% de proteína bruta e extrusado, para facilitar a absorção de nutrientes.

Caso a ração seja introduzida logo no sétimo dia, deve-se oferecer 100g ao dia, aumentando a quantidade gradativamente. Quando desmamam, esses animais costumam estar consumindo aproximadamente 1kg de ração ao dia. Com aproximadamente 5 meses, já estarão consumindo 2kg ao dia. As quantidades variam e devem ser ajustadas somente por um profissional capacitado.

Acredita-se que potros órfãos não possuem o mesmo potencial de desenvolvimento em comparação aos outros potros. Mito! Com a adoção de algumas medidas e acompanhamento de um profissional, é possível explorar o mesmo desenvolvimento e até desenvolvimento maior do que os outros potros.



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Fonte: Natalia Telles Schmidt para Guabi – porforadaspistas.com.br
por Renato Rodrigues

Renato Rodrigues 20-05-2019

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